Apresentação DESIGN 80/90 pelos curadores

29-08-2018 | DESIGN 80/90, Eventos, Exposições

DESIGN 80/90

Nos anos 80/90 o trabalho do designer era assim: mensagens eram transmitidas via fax. Equipamento para desenho técnico de projeto era tecnígrafo, régua paralela e curva francesa. O papel era Vegetal e para desenhar usavam-se canetinhas Rotring a nanquim que entupiam e borravam. Para apagar algum traço errado, o papel era raspado com Gilette. Na arte final se usava Letraset aplicada em papel importado Schoeller. O material se comprava na Casa do Artista no centro da cidade na rua Major Sertório. O celular já tinha aparecido, mas era usado só para se comunicar. Em 90 o computador pessoal dava seus primeiros sinais de vida e se inicia o uso da internet.

Na cultura pop apareceu Madonna e Michael Jackson; Steven Spilberg lançou ‘E.T.’ e ‘Indiana Jones’ e Pedro Almodóvar, ‘Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos’. No Anhembi acontecia a UD Feira de Utilidades Domésticas mas também os Festivais Internacionais de Jazz.

A década de 80 foi chamada de década perdida por trazer estagnação econômica mas foi um período de grande produção cultural. Na Itália, Ettore Sottsass funda o Grupo Memphis que iria influenciar o mundo com a estética do pós-moderno juntando-se, como linguagem, ao Grupo Alchimia que tem Alessandro Mendini entre seu fundadores.

Neste momento histórico, no Brasil, jovens designers procuram seu espaço no mercado de trabalho e ao invés de aguardar colaborar com a indústria nacional (que ainda não absorvia suas criações) investem em produzir suas próprias peças, caracterizadas por uma linguagem mais individual e livre questionando os cânones internacionais do “bom design”. Começa também a ser desenvolvida uma consciência ecológica, a preocupação com a destruição das florestas e aparecem conceitos como reciclagem e biodegradáveis.

Quando ainda existiam poucas lojas de design, em 1981, Fulvio Nanni – além de produzir suas peças – inaugura sua loja, a Nanni Movelaria, localizada no baixo Augusta e abre espaço para vários designers venderem suas criações. Outros designers procuraram espaço para seus, então inovadores, produtos; sendo que muitos deles continuam em produção até hoje como é o caso da cadeira Spaghetti de Fernando Jaeger (1989), da poltrona Vermelha de Fernando e Humberto Campana (1993) e da poltrona Cadê de Luciana Martins e Gerson de Oliveira (1995) comprovando que a aposta na aceitação de suas criações foi correta.

 

Marili Brandão, Otávio Nazareth e Christian Ullmann

Patrocínio

Tok & Stok

Copatrocínio

Fernando Jaeger Atelier

Apoio

Mario Di Pierro Advocacia

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